viernes, 28 de septiembre de 2018

Felipe Vicente

Felipe Vicente
19/04/2018 15:20
Marcos Loayza despliega todo su talento en Averno (2018). La película que participó del festival de Punta del Este y ahora lo hace en (20) BAFICI, provoca una ruptura en el cine boliviano. Esta travesía urbana de ritmo arrollador que atraviesa la noche paceña se convierte (junto a Viejo Calavera, 2017) en exponente y estímulo para la cinematografía latinoamericana, que avanza con historias y símbolos propios.

Averno

(2018)
7 cajas (2012), Viejo Calavera (2017), Gloria (2014), Una mujer fantástica(2017), Aquarius (2016), El abrazo de la serpiente (2016). Podría hacerse todo un simposio acerca del avance creativo latinoamericano en conjunto. Averno llega contagiando la solidez que van construyendo las películas de la periferia del continente americano. Este film que arranca con el joven lustrador de zapatos Tupah y el encargo de encontrar a su perdido tío, deviene en una odisea urbana que posee todas las condiciones para llevarse el galardón de la competencia latinoamericana.
El director que llegó a filmar en Argentina (Escrito en el agua, 1997) elabora una fábula social que concentra su energía en la nobleza de su personaje principal y sus aventuras por las calles de La Paz para llegar al averno, esa especie de boliche metafísico donde habitan almas, personas y sus opuestos. Los agentes nocturnos de este territorio andino no le hacen nada fácil el camino al muchacho. En consecuencia, deberá atravesar la noche por los pasajes más oscuros de los barrios.
Bandas callejeras, peleas al estilo vale todo, un asesino despiadado y hasta la representación del mismísimo diablo (quien intentará hacerle firmar un papel que supuestamente garantiza la entrada al averno) son algunos de los seres que intentan arrebatarle la osadía a Tupah. El trabajo sobre el personaje interpretado por Paolo Vargas suscita las características más fieles que puede cargar el hombre. La temeridad y valentía van in crescendo hasta despertar toda la fuerza del joven.
Aunque la película tiene tonos de fantasía y acción, es recurrente durante todo el relato pensar que existe una representación social que conceptualiza la Bolivia urbana. Mas allá, se trata de interpretar esa Latinoamérica llena de peligros, encausada, a su vez, en ideas de mitos bolivianos. Como sucede en Viejo Calavera, el lenguaje y dialéctica andina proliferan gracias a los diálogos. También, encuentran su espacio hasta ponerle condimento al lunfardo boliviano. Así aconteció tiempo atrás con las tonalidades del acento italiano en el neorrealismo, ahora el director intenta capitalizar las múltiples lenguas que se hablan en el idioma de su país.
Las máscaras, disfraces y elementos de la era precolombina que rodean al film decoran un relato dedicado a la cultura boliviana. Asimismo, el desempeño de fotografía a cargo de Nelson Wainsteinresalta estos objetos puestos a merced de la noche que contrasta con las luces de la ciudad de la Paz. El ritmo de alto vuelo que imprime la película es posible gracias al laborioso montaje, custodiado por Fabio Pallero.
El momento más prolífero llegó para las cinematografías adyacentes. Averno servirá para que otros talentos se hagan eco y repliquen estas historias originarias de sus propias latitudes. La necesidad de escribir la propia historia se calienta dentro de este enorme caldo cinematográfico.

9.0

lunes, 3 de septiembre de 2018

Carlos André Moreira



Carlos André Moreira
Estreou ontem na Mostra Competitiva do Festival de Cinema de Gramado um dos filmes com maior potencial para se tornar um “cult” bizarro apresentados neste festival (o outro é o divertido curta brasileiro Retirada para um Coração aos Berros, que mistura o sertão, a velhice, alienígenas e heavy metal). Produção com um visual entre o exuberante e o artesanal e uma delirante narrativa que passeia não apenas pelos mitos dos povos andinos mas pelas estruturas mitológicas de qualquer narrativa de herói, o filme desagradou boa parte da crítica presente, mas público gostou de sua estranheza.
Coprodução entre Bolívia e Uruguai, Averno, sétimo filme do diretor boliviano Marcos Loayza, se apresenta, desde o título como uma reinvenção mitológica (Averno é o vulcão na Itália que os antigos romanos consideravam uma das entradas para o mundo subterrâneo, donde também se tornou um sinônimo para inferno). O jovem engraxate Tupah, que vive numa favela nos altiplanos com sua família, desce a La Paz todos os dias para trabalhar e encontrar com seus amigos também engraxates numa esquina da Capital.

Certo dia, após ter um estranho sonho com seus dois tios gêmeos, Tupah é procurado em sua esquina de sempre por um esquivo oficial militar que deseja encontrar o tio do garoto, Jacinto “Vinho Tinto”, tocador de tuba em uma banda contratada para se apresentar no enterro de um oficial importante no dia seguinte. O problema é que Jacinto, ainda sofrendo pela morte de seu irmão gêmeo, anos antes, é um beberrão imprevisível cujo paradeiro é desconhecido. O oficial promete dinheiro se Tupah encontrar seu tio, e ameaça represálias à sua família se ele não o fizer. Assim, Tupah embarca numa viagem pela noite de La Paz, que se prova um mundo paralelo, em que bares e prostíbulos são, na verdade, disfarces para figuras mitológicas da tradição andina interessadas em impedir ou ajudar o jovem herói em sua jornada.
Inicialmente acompanhado de um de seus amigos, Tupah tem de cumprir sua missão sozinho, e a determinado ponto a jornada se torna de sobrevivência mais do que de busca. Em um dos bares/reinos místicos para os quais viaja à procura de seu tio, Tupah é desafiado para uma luta por um jovem líder de gangue chamado O Príncipe da Noite, e, ao matá-lo no combate, faz recair sobre si a perseguição dos demais integrantes das gangues, o que dificultará ainda mais sua empreitada. Como o título já anuncia, o caminho final para encontrar o tio é um bar chamado Averno, repleto de figuras de poder, e de onde ele pode nunca mais sair.
Como convém a uma jornada aos infernos latino-americana, o filme mescla cores quentes com uma fotografia escura, misto de registro realista com atmosferas oníricas e personagens fantásticos saídos de diversas fontes da tradição andina, como o Anchancho, um duende mineiro subterrâno, o Lari-Lari, um melífluo negociador de almas que, na mitologia aimará, é um animal caçador de bebês ou o Kusillo, bufão das tradições dançantes do altiplano.
— São personagens que mesmo muitos dos espectadores bolivianos não conseguem mais identificar. Infelizmente, o mundo mitológico dos povos andinos está se perdendo — diz o diretor Loayza.
Claro, Averno não é uma obra-prima. A direção de arte é muito inventiva, mas algumas soluções de encrencas nas quais o protagonista se envolve confundem a brevidade e a leveza das narrativas mitológicas com soluções deus ex machina apelativas. Paolo Vargas, que vive Tupah, é um ator de fisionomia impassível, o que o próprio diretor já disse ser uma escolha voluntária que faz referência ao grande cômico do cinema mudo Buster Keaton. Entretanto, para platéias contemporâneas, uma atuação de filme mudo e preto e branco em uma produção acelerada filmada a cores provoca uma desconexão maior do que a desejada. Ainda assim, Averno é um filme original, uma experiência visual bastante diversa de muito do que se viu na cinematografia mais clássica dos longas exibidos até aqui na Mostra Latina. É, assim, um filme que merece ser visto.

domingo, 2 de septiembre de 2018

La Capital de Rosario

Averno. Cuando se entrelazan mito y realidad.
Averno. Cuando se entrelazan mito y realidad.
Comedia / Fantástico, Bolivia y Uruguay, 2018.
Averno es un largometraje de uno de los mayores exponentes actuales del cine boliviano, Marcos Loayza, quien en 2015 fue jurado en el Festival Latinoamericano de Cine de Rosario. Este año recibió el Premio a Mejor Película en la Competencia Latinoamericana del Bafici. El joven lustrabotas Tupah emprende una frenética búsqueda para encontrar a su tío perdido en el Averno, un lugar donde los muertos coexisten con los vivos y donde todo encuentra su cara opuesta. En una peligrosa travesía a través del inframundo, mito y realidad se entrelazan y la noche paceña cargada de muerte devela el rostro más oscuro y surreal del imaginario andino. Miércoles 12, 22.30, en el cine El Cairo.